Salão Paroquial

Santa Catarina de Alexandria


Santa Catarina

Catarina nasceu e viveu de 287 a 305, na mais importante cidade do Egito antigo, Alexandria, a pérola do Mediterrâneo, grande centro cultural tendo constituído também a famosa Biblioteca de Alexandria. Catarina deixou um legado de Beleza, Inteligência, Fé em Cristo, Sabedoria e Heroísmo. Por ser invocada como auxiliadora dos estudantes, filósofos e intelectuais, foi escolhida como protetora da Universidade de Paris (Sorbonne) fundada em 1170, hoje composta de 13 universidades com mais de 120.000 alunos. Também é invocada contra os perigos de acidentes de trabalho com rodas. No Brasil é a protetora do estado de Santa Catarina. É venerada e invocada nas Igrejas Anglicana, Católica e Ortodoxa.

Eis a história oficial sobre essa Santa:

Catarina nasceu em Alexandria, principal cidade do Egito antigo. Era filha do ilustre Rei Costus e de D. Sabinela, nobres descendentes diretos dos reis e governadores do país.A pequena princesa Catarina era dotada de uma beleza incomparável e destacava-se pelo seu espírito alegre e despojado, além do que, desde muito cedo demonstrou uma inteligência clara e brilhante; teve como mestres os sábios de Alexandria e, tão rápidos foram seus progressos, que aos 13 anos era mestra das sete artes:

eloquência, poesia, música, arquitetura, escultura, plástica e coreografia. Quando Catarina estava com 15 anos, o Rei Costus, seu pai, faleceu. Após isso foi com sua mãe para as montanhas das Cilícia, vivendo assim uma temporada de descobertas. Durante aquele tempo conheceu o ermitão Ananias, um velho sacerdote amável e comunicativo. Ananias transmitiu a Catarina os mistérios do Cristianismo. Dona Sabinela, já era cristã batizada, e desejava o mesmo para a sua filha, além de um bom casamento que trouxesse segurança e proteção. Aos 17 anos era considerada a jovem mais bela e sábia de todo o reino. Catarina era pagã e muito orgulhosa. O pai tinha dado a Catarina o direito de escolher um pretendente, ao contrário do hábito da época onde o pai ou a família escolhiam o marido para as moças. Catarina concordou mas disse que só aceitaria alguém que fosse tão belo e inteligente quanto ela: ninguém se candidatou. O Ermitão Ananias disse-lhe que a Virgem Maria lhe apontaria o marido.

Conta a história que numa determinada noite, mãe e filha, tiveram um sonho bastante significativo no qual a Santíssima Virgem Maria apresentava o Menino Jesus a Catarina, e este, tomando na mão de Catarina, coloca em seu dedo um anel de ouro, anel de compromisso. Maria pede a Catarina que seja batizada. Quando Catarina desperta do sono, percebe o anel em seu dedo! Desejosa em cumprir o que prometera em sonho, Catarina procura ainda mais, instruir-se nas verdades da fé, e, assim sendo, recebe o Santo Batismo. Ananias ensinou a Catarina como ser humilde diante de Deus e como servir o próximo. Dona Sabinela e a filha voltaram para Alexandria e confiaram o reino a um governador. Com a morte de sua mãe, Catarina transforma sua residência num lar de acolhida e escola de formação Cristã. A bela jovem, tendo apenas 18 anos, é capaz de confundir os maiores filósofos de Alexandria e arredores. Catarina é testemunho de fé e vida e incontáveis são os que a seguem, e nela encontram as repostas das verdades do evangelho de Jesus Cristo! O Cristianismo até então só tinha 300 anos. O Imperador Maximiano havia decretado uma perseguição aos cristãos e sua doutrina. Tendo conhecimento e sabedor do grande preparo de Catarina, prometeu um prêmio ao filósofo que conseguisse afastar a jovem da religião Cristã. Numa discussão pública, para a qual Catarina foi convidada, tudo fizeram para desorientá-la. Ela, porém, iluminada pelo Espírito Santo, respondeu-lhes com tanta clareza e sabedoria que os próprios filósofos abandonaram o erro. Todos os 50 filósofos, o ajudante de campo Porfírio e 200 oficiais se converteram ao Cristianismo e o Imperador os condenou todos à morte.

Surpreendido pelo êxito inesperado da discussão pública, o imperador procurou, por todos os meios, arrancar Catarina do Cristianismo, fazendo adulações e promessas de fazê-la imperatriz, herdeira do reino: tudo em vão! Com soberano desdém, a jovem repeliu as ofertas do Imperador, declarando-se esposa de Cristo. Catarina foi lançada em um cárcere escuro, onde ficou doze dias. Quando saiu de lá estava mais bela do que nunca; seus olhos eram como fachos de luz e sua pele alva estava reluzente.

A destemida jovem é entregue aos algozes, condenada ao martírio das rodas cheias de navalhas dilacerantes. No momento em que ia ser estendida sobre as rodas, Catarina traçou o sinal da cruz e estas despedaçaram-se imediatamente. Este milagre fez com que o povo rendesse louvor ao Deus dos Cristãos e a própria

Imperatriz, esposa do imperador, confessasse a sua fé no Filho de Deus. O imperador mandou matar também sua esposa, Augusta, e muitos outros por causa

da conversão. Cada vez mais irritado e enfurecido, Maximiano, percebendo que todos os seus esforços eram em vão, pronunciou a sentença de morte e mandou

levá-la ao lugar do suplício. Após uma oração de louvor e súplica e agradecimento ao Deus verdadeiro, Catarina foi decapitada. Seu corpo foi levado ao Monte Sinai, onde a sepultaram. Dizem que os próprios anjos levaram seu corpo (por anjos diz-se que assim eram chamados os monges). Mais tarde sobre sua sepultura foi construído um convento, que ainda hoje existe, e é habitado por monges gregos. OBS: a Igreja Católica apresenta mais duas Santas com o nome de Catarina. São elas:

SANTA CATARINA DA SUÉCIA (SUÉCIA 1331 A 1381), de família nobre, casada e religiosa, filha de Santa Brígida que depois de viúva também se tornou religiosa, assim como a filha quando faleceu seu marido.

SANTA CATARINA DE SENA (SIENA, ITÁLIA, 1347 A 1380), de família pobre com 25 filhos, analfabeta, doente, religiosa e mística, tinha visões e ditava cartas, declarada Doutora da Igreja pela doutrina que deixou expressa em suas cartas.

Histórico da Paróquia de Santa Catarina


Santa CAtarina

A Família, a Fé Católica, a Pobreza, o Trabalho e a alegria de festas comunitárias, filós e outros encontros foram e são valores que os imigrantes italianos trouxeram consigo da Itália e sedimentaram na origem de Caxias do Sul e da Serra Gaúcha a partir de 1875 quando chegaram os primeiros imigrantes na hoje Nova Milano,  município de Farroupilha. As Famílias constituíram comunidades doando terras e construindo igrejas, cemitérios, salões de lazer, escolas, canchas de bocha e campos de futebol. Assim se fez a colonização da Serra Gaúcha durante 50 anos, entre 1885 e 1935, período no qual foram lançados e sedimentados todos os fundamentos e valores da prosperidade e cultura da atual serra gaúcha. Caxias do Sul chegou ao estágio de município em 20 de junho de 1890 e passou a ser administrado por conselheiros e intendentes do Estado do RS a partir da Vila de Santa Tereza de Caxias. Em 01.06.1910 a vila foi elevada à categoria de cidade de Caxias do Sul, no mesmo dia em que chegou na cidade o primeiro trem.

A localidade onde está hoje o Bairro Santa Catarina, denominava-se 9ª Légua e passava por ela o rio Marquês do Herval, hoje o “Rio Tega”. Era uma região rural plana, repleta de pinheiros, árvores nativas valiosas e muitos animais, pássaros, insetos e peixes. O rio favorecia a pesca, a caça e o lazer nas suas margens de árvores frondosas.

Foi por causa desse rio e uma bela cascata de 36 m de queda d’água que o italiano Aristides Germani, a partir de 1901, construiu ali o Moinho Ítalo Brasileiro, origem da empresa Moinho Germani e, também, massas e biscoitos da mesma marca. Esse moinho tinha energia elétrica própria gerada na cascata e também distribuída na região, bem antes da energia elétrica chegar em Caxias do Sul, o que ocorreu somente em 1913; outro italiano, Matheo Carlo Gianella, construiu na então 9ª Légua o Lanifício Matheo Gianella, em 1915. Os dois empreendimentos cujos prédios existem até hoje, deram origem ao bairro que se tornou um grande berço de diversas indústrias como Mecânica Rodoviária SA, Randon SA, Guerra SA e muitas outras.

Antônio Corsetti, que na região havia se estabelecido com serraria, moinho, engenho de arroz e fábrica de óleo de linho, erigiu um oratório à Nossa Senhora das Dores. Mais tarde o oratório foi substituído por uma pequena capela de madeira sob os cuidados dos freis capuchinhos, que mais adiante serviu de escola na qual o Prof. Marcos Martini lecionou por muitos anos. Em 1927 foi decidida a construção da atual igreja e outras estruturas adjacentes. Devido à presença de muitas fábricas na região, a devoção a Santa Catarina, a “Santa das Rodas”, surgiu ao natural entre a população e por decisão de 15 famílias ali residentes, principalmente de empresários, a capela foi dedicada a Santa Catarina, em primeiro lugar, mantendo-se a devoção e festa a Nossa Senhora das Dores também.

Depois disso ocorreram mais doações de terras para a construção de uma igreja maior, salão, cemitério, campo de futebol, escola e assim por diante.

A atual igreja começou a ser construída em 26.11.1928 e foi inaugurada em 21 de julho de 1930. Sílvio Toigo foi o engenheiro. Era a Capela de Santa Catarina pertencente à Paróquia Santa Tereza. Caxias crescia aceleradamente tendo por base a uva, o vinho, as madeireiras, o trigo, o milho, os moinhos, os lanifícios, a banha de porco, as primeiras malharias, as oficinas, as olarias e, na liderança, as indústrias metal-mecânicas, sendo a Metalúrgica Abramo Eberle a principal.

O atual salão paroquial foi construído originalmente e como o maior da cidade, na época, em 1953, passando depois por diversas ampliações até chegar ao estágio atual, com ótima estrutura para festas e eventos de até 900 pessoas.

No dia 25 de Março de 1954, o então Bispo Don Benedito Zorzi promulgou o decreto de criação da Paróquia de Santa Catarina, sendo Secretário Geral da Diocese o Pe. José Gollo e designado como primeiro pároco o Padre Orestes Valletta.

Devido à devoção à Santa das Rodas, a Festa de Santa Catarina passou a ser um dos maiores eventos da cidade durante diversas décadas. Toda a cidade se envolvia e o dia de Santa Catarina, 25 de novembro, ao natural se tornou como que um feriado na cidade que parava para celebrar a festa. Donos de fábricas, seus gestores e operários, bem camioneiros e suas famílias, além dos paroquianos, eram os que mais participavam para pedir a proteção da santa contra acidentes provocados por rodas. Era uma festa de celebração de vida com a participação de centenas de voluntários e uma procissão motorizada grandiosa.

Inicialmente as fábricas e o Arroio Tega eram as atrações do local. A Ponte do Tega chegou a ser atração turística. A Diocese de Caxias construiu no bairro o Seminário Diocesano N. Sra. Aparecida e o Centro de Formação Pastoral. O Poder Público Municipal construiu o complexo dos Pavilhões da Festa da Uva e a estátua do Cristo Novo Milênio. A Casa de Pedra construída ainda por volta de 1890 é o ponto turístico mais famoso do Bairro. A sede do Jornal Pioneiro também está no bairro. O Colégio Santa Catarina é famoso pela qualidade de ensino e pela tradição.

O Bairro Santa Catarina, surgido de fábricas pioneiras e da devoção à Padroeira das Rodas, é hoje um dos principais bairros da cidade. A Paróquia de Santa Catarina lidera muitas atividades no bairro. Compõe-se hoje de 11 comunidades: São Giácomo, Santa Lúcia, Nossa Senhora da Saúde, Nossa Senhora da Paz, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora das Neves (Linha 40), São José da Linha 30, Monte Bérico, São João Batista e Santa Terezinha do Bairro Tijuca.

Nasceu na Paróquia, em 1994, o conceito e a prática da Equipe Administrativa para a gestão econômica e financeira das comunidades, hoje utilizado em toda a Diocese. Na década de 90 foi essa Paróquia que criou um evento anual visando formar um Fundo de Solidariedade para ajudar as comunidades mais carentes. Esse evento acontece em toda as paróquias da cidade de Caxias com o objetivo de angariar fundos para auxiliar comunidades carentes na aquisição do terreno para a construção da sua igreja. Surgiu também nessa paróquia a administração profissional do Salão Paroquial num conceito avançado de Espaço de Eventos sob a gestão de uma Empresa Especializada.

Da fundação da Paróquia até 2016 atuaram na mesma 33 padres. Atualmente exercem suas funções na mesma os Padres Renato Antônio Ariotti, Norberto Luiz Coltro e Edmundo José Marcon. A Paróquia também conta com o apoio das Irmãs Pastorinhas e inúmeros voluntários nas suas diversas atividades pastorais.

FONTE: Livro “Paróquia Santa Catarina, 50 anos” – Guiomar Chies, Márquia Publicações e Promoções – Caxias do Sul – 2005.

Elaboração: Prof. Vilmo Cecconello.

Santa Catarina, agradecei a Deus pela nossa vida e intercedei a Ele, pelos méritos de Jesus Cristo pela nossa Paróquia, na unidade do Espírito Santo,

Amém.